Apresentação

É preciso continuar. Eu não posso continuar, eu vou continuar.
Samuel Becket

O Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e a Linha de Pesquisa Educação, Sociedade e Cultura convidam a todos (as) para o Colóquio Ciências Humanas em tempos de desconstrução das Politicas de Direitos: desafios e perspectivas. O evento tem como objetivo geral refletir sobre o papel das Ciências Humanas no cenário social e educacional contemporâneo.

Face as redefinições da Politica Educacional em nosso país, e de modo especial, no que tange a Reforma Curricular do Ensino Médio que passa a integrar as disciplinas de Sociologia, Filosofia, História e Geografia em um único bloco – com perdas para um ensino que se pretenda critico e reflexivo – é urgente que se discuta o papel das Ciências Humanas. Vale lembrar que cada uma dessas áreas do conhecimento apresentam uma linguagem e uma base epistemológica própria, que devem ser consideradas e respeitadas.

Torna-se imperioso reconhecer que cabe a estas disciplinas interpretar e denunciar, sob diferentes abordagens teórico-metodológicas o “momento histórico” em que os encontramos, um tempo marcado pela desconstrução das Politicas de Direitos Humanos. Em, Para uma nova teoria do sujeito, Alain Badiou (2002, p.18) destaca: “Um imortal: eis o que o Homem é verdadeiramente nas piores situações. Se há direitos do homem, não são seguramente direitos da vida contra a morte. Não são direitos da sobrevivência contra a miséria. São direitos do imortal que se afirmam diante da contingência do sofrimento e da morte. O direito do Homem é primeiramente o direito da resistência humana”. Portanto, as discussões realizadas no Colóquio objetivam discutir a relação cultura, política e poder nesse momento em que cabe a nós, homens e mulheres, perseverar e resistir a esse momento em que paulatinamente se desfaz uma longa história de resistência e luta a favor dos Direitos Humanos. Finalmente, o ser humano só tem um imperativo: continuar. Continuar a ser esse sujeito que ele se tornou. E, através disso mesmo, continuar a advir uma verdade” (BADIOU, 2002, p. 114). A mesma verdade que o fez advir e resistir como “sujeito imortal”.