Sessões Temáticas Aprovadas

Faixa_Congresso Internacional em Ciências da Religião

ST 1   CAPITALISMO COMO RELIGIÃO – Mercado, saúde e adoecimento

Dr. Alberto da Silva Moreira (PUC Goiás) – Coordenador
Dr. Lauri Wirth (UMESP)
Dr. Oneide Bobsin (EST) Dr. Flávio Sofiati (UFG)
Dr. Jung Mo Sung (UMESP)

Esta ST considera que “o mercado global contém duas qualidades associadas à herança religiosa: transcendência e onipresença… sua globalidade transcende os indivíduos, as classes sociais e as nações…seu domínio não conhece fronteiras, abarca o planeta por inteiro; a universalidade do mercado, confere-lhe a dimensão de totalidade… A transcendência é, contudo, sempre algo latente; para se realizar ela deve manifestar-se no mundo…[ela se] perpetua através do consumo… Entretanto, tais virtudes nada têm de “verdadeiras”, falta-lhes um fundamento ontológico, sagrado, por isso o mercado se apresenta como uma “falsa religião”, e sua adoração, uma “idolatria”. (R. Ortiz, RBCS, v. 16, n. 47, 2001, p. 72). Deve o capitalismo atual ser propriamente pensado e analisado como uma religião? Se sim, que tipo de religião seria, que desafios teóricos coloca às ciências da religião, que desafios práticos propõe à política e à cidadania, que desafios pastorais e doutrinais apresenta às religiões e às teologias? Se não, onde estariam as fronteiras, os limites, as pertinências de cada um? Esta ST acolhe contribuições que discutam e analisem as pretensões religiosas do capitalismo, sua produção e uso dos símbolos, a fusão de horizontes da economia com as expectativas de felicidade e realização humana, a empatia da mercadoria com a esfera libidinal, as experiências de transcendência ligadas ao consumo, à estética, à linguagem.Na presente edição dessa Sessão Temática interessam-nos especialmente estudos e papers que analisem a questão da saúde, do bem-estar e do adoecimento sob as condições da sociedade do mercado.

ST 2   O RESPEITO À LIBERDADE RELIGIOSA COMO PRECEITO DE CONFORMAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA

Dr. José Eduardo de Miranda (UNIMB) – Coordenador
Dr. Uipirangi Câmara (UNIOPET)

A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988, elevou, pelo inciso III, de seu artigo 1º, o princípio da dignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, situando-o na condição de válvula motriz de conformação de todo o sistema legislativo e atitudinal pátrio. Neste sentido, e considerando-se a amplitude do conceito de dignidade, o qual está associado diretamente à realização plena do indivíduo, tem-se o princípio constitucional resguarda o direito de cada pessoa eleger, com liberdade e autonomia, aquilo que aquilata suas convicções realizacionais, à luz de suas próprias crenças, juízos morais, éticos, políticos e religiosos, sempre e quando não houver interferência na condição de bem-estar da sociedade, ou de qualquer de seus membros. Entende- se, com isso, que a religiosidade, e mesmo as convicções e a fé de cada pessoa, perfazem atributos inerentes ao alcance de sua dignidade, devendo, o Estado, e a própria sociedade, respeitarem a escolha de cada pela adoração ao que acredita, considerando como Sagrado. Sobre este aspecto, a própria Constituição Federal assegurou, pelo inciso VI, do artigo 5º, a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, e do livre exercício dos cultos religiosos. Fortalecendo o escudo do inciso VI, o inciso VIII, do mesmo artigo 5º da Magna Carta, dispõe que a crença religiosa não é motivo para que alguém seja privado de seus direitos. Observa-se, assim, que a liberdade religiosa perfaz direito humano constitucionalizado, que deve ser ampla e rigorosamente respeitado, sob pena de afronta, ou mácula, ao princípio da dignidade da pessoa humana. Esta ST se propõe apresentar análises dessas temáticas.

ST 3   EXPERIÊNCIA RELIGIOSA COMO DIREITO HUMANO: LAICIDADE E FORMAÇÃO PARA O CONTEXTO DA PLURALIDADE

Dr. Carlos André Macedo Cavalcanti (UFPB) – Coordenador
Dr. Douglas Ferreira Barros (PUC Campinas)
Dr. Luiz Carlos Luz Marques (UNICAP)

A Sessão Temática pretende acolher investigações temáticas da laicidade, do pluralismo religioso e da experiência religiosa como direito humano assegurado no espaço público. Parte-se do pressuposto de que a experiência religiosa, qualquer que seja sua afiliação denominacional, só pode ser plenamente experimentada e vivida como um direito no contexto da laicidade do Estado, que preserva o pluralismo religioso e promove a convivência na diversidade sob a égide da tolerância entre os diferentes. A importância de observar o pluralismo, laicidade e tolerância a partir do contexto público torna-se evidente ao considerarmos a relevância de múltiplas vivências e convivências entre sujeitos das mais diversas origens, sejam raciais, culturais, socioeconômicas ou religiosas. Atentar para a importância da religião em um contexto de convívio laico e plural, assim, compõe passo fundamental para a promoção dos direitos humanos e de uma sociedade democrática.

ST 4   CURAS E ESPIRITUALIDADES NA DIVERSIDADE

Dra. Deusilene Silva de Leão (FacUnicamps) – Coordenadora
Dr. Adelson da Costa Fernando (UFAM)
Ma. Miriam Laboissiere de C. Ferreira (PUCGoiás)

Vivenciar as realidades do “viver e do morrer” traz uma percepção do quão complexo é o entendimento sobre o mistério da vida. Trata-se de uma contingência a certeza da morte, realidade que se mostra como algo que é. Não é um problema a ser resolvido, é uma certeza a ser aceita, quase sempre decorrente da ausência de saúde. Quando o ser humano está envolvido nestas questões da ‘não saúde’, apresentam-se novas percepções de realidades não esperadas. Além do caminho da medicina, as formas de cura tradicionais, muitos procuram também a espiritualidade e a religiosidade, onde buscam transcender suas angústias através de um caminho espiritual e de fé, único. Mesmo diante dos processos de secularização por que passou a cultura religiosa, já evidenciada pelo sociólogo Max Weber (1864-1920), quando o indivíduo se vê em situação grave de ‘não saúde’, a racionalidade é deixada de lado, e este sujeito vai à busca de respostas e curas através de outras formas curativas que outros espaços possam oferecer, pois seu desejo último é querer viver bem e por muito tempo. Nossa ST quer acolher estudiosos/as e pesquisadores/as que tragam suas contribuições nos âmbitos de busca por curas nas suas mais variadas formas, em situações vividas pelos índios, caboclos ribeirinhos, negros, população da diversidade LGBTIQ+, os portadores de necessidades especiais, pessoas com sobrepeso, pessoas em situações de vulnerabilidade e extrema pobreza, como exemplos.

Palavras Chaves: Cura. Saúde. Espiritualidade. Diversidade

 

ST 5    ESPIRITISMO, ESPIRITUALISMO E ESPIRITUALIDADES

 Dr. Luiz Signates (PUC-Goiás e UFG) – Coordenador
Dra. Ângela Teixeira de Moraes (UFG)
Dra. Célia da Graça Arribas (UFJF)

Esta ST aceita trabalhos em ciências da religião e nas diversas áreas das ciências humanas, sociais, letras e filosofia, relacionados a estudos sobre o espiritismo brasileiro e internacional e às correntes espiritualistas nesses âmbitos. Preocupa- se sobretudo com as transformações dos sentidos de espiritualidade desses agrupamentos religiosos, dentro de um diálogo entre várias abordagens, nas quais o fenômeno religioso espírita e espiritualista possa ser tratado em sua dignidade epistemológica própria e compreendido em seus contextos religiosos, sociais, econômicos, políticos e culturais. O enfoque do espiritismo abrange desde o modelo tradicional, do espiritismo kardecista tipicamente brasileiro, até os agrupamentos dissidentes e alternativos existentes em regime de cooperação ou conflito neste movimento religioso. A visada do espiritualismo estende-se a todos os grupos religiosos ou filosóficos espiritualistas disponíveis, ora denominados “New Age”, ora “espiritualismos”, percorrendo um extenso leque de teologias, ritualísticas e instituições, desde as chamadas religiões “orientais” (hindus, budistas, xintoístas, japonesas etc) até as religiões de corte étnico no Brasil, como a umbanda e suas variações, passando também pelos substratos religiosos e laicos derivados do espiritismo. É, pois, uma ST de larga amplitude, que busca justamente construir um diálogo entre essas várias correntes espiritualistas, identificando nelas uma rica produção de sentido do religioso, que merece ser estudada em termos identitários ou comparativos.

 ST 6    AS REPRESENTAÇÕES DA MORTE E DO MORRER NAS NECRÓPOLES BRASILEIRAS

Dra. Maria Elizia Borges (UFG) – Coordenadora
Dr. Dimas dos Reis Ribeiro (UFMA)
Dr. Pedro Antonio Chagas Cáceres (PUC Goiás)

Os cemitérios não são apenas depósitos de corpos humanos, mas abrigam outras dimensões em seus limites geográficos. Entre elas as dimensões simbólicas e espirituais, em que os vivos reconfiguram suas relações com os entes amados que jazem nas necrópoles. Em seus interiores a espiritualidade terapêutica se manifesta em vários momentos, desde o início sagrado e profano do rito funerário, o velório, o cortejo na direção do túmulo, o dia de finados, as visitas esporádicas que em muitos momentos rememoram os dias importantes das relações que foram modificadas com a morte. Todos esses momentos, além de outros que independentemente da crença, dos valores religiosos ou simbólicos correspondem a importantes processos cicatrizadores dos sofreres e dores causados pela morte, em que é preciso encaixar uma nova e traumática realidade no cotidiano dos vivos. As necrópoles representam espaços sagrados, um território integrado e separado do mundo imanente, mas que se conecta pelo cordão umbilical que nunca se rompe, mesmo com a violência natural da morte. Deste modo, a Sessão Temática objetiva acolher pesquisadoras/es que tenham desenvolvido trabalhos acerca dos cemitérios, suas arquiteturas, artes, simbologias, sacralidades, crenças, espiritualidade, processos curativos e ressemantizadores da morte, do morrer e da vida. A ST terá como método, resultado e conclusão o acolhimento das propostas, suas avaliações e exposições ao grupo que comporá a ST e a fundamental integralidade entre os trabalhos apresentados, bem como a troca de experiências e acréscimos às pesquisas e aprendizados.

ST 7     CATOLICISMO(S) NA AMÉRICA LATINA: TRADIÇÕES, CRENÇAS E REPRESENTAÇÕES POPULARES

Dr. Eduardo Gusmão de Quadros (PUC Goiás) – Coordenador
Dr. Washington Maciel da Silva (UNESP/FRANCA)

Esta Sessão Temática tem como objetivo ser um espaço para o diálogo e o debate das investigações acadêmicas que utilizem a História na compreensão do catolicismo como parte da constituição identitária latino-americana. Essa mirada proporciona aos pesquisadores desenvolverem propostas que pautem as mudanças e as permanências das tradições religiosas e suas reformulações dentro do catolicismo, especialmente do chamado catolicismo popular. Há vários aportes teórico-metodológicos que mostram a continuidade das tradições como fornecedoras de sentidos e garantidoras das identidades. Destacamos a constância dos catolicismos populares na prática religiosa na América Latina, como tem sido apresentados por vários autores, a exemplo de Mallimaci, Germani, Parker, Dussel, de Solis e Canclini. Assim sendo, perante os complexos sentidos e significados que mantêm o(s) catolicismo(s) popular(es) existe a necessidade de não deixar de relacioná-los com as políticas institucionais e eclesiásticas. Por isso, o objetivo da proposta visa debater temas e metodologias para o estudo das tradições latino-americanas de matriz católica, partindo dos sujeitos que a compõem, em sua relativa autonomia. Temos como pauta central investigar suas práticas, saberes, tradições e identidades manifestadas pelas crenças, pelas operações simbólicas e pelos rituais mantidos pelo povo.

 ST 8   CATOLICISMO    NO     BRASIL:     PERMANÊNCIAS    E RUPTURAS

Dr. Péricles Andrade (UFS) – Coordenador
Dr. Rodrigo Portella (UFJF)
Dr. Silvério Pessoa (UNICAP)

O campo católico tem sido marcado constantemente por tensões entre agentes e instituições defensoras de práticas tradicionais e aqueles abertos às transformações mundanas. Esta Sessão Temática tem como propósito reunir pesquisadores que tenham se dedicado ao estudo do catolicismo em suas diferentes formas de expressão e tendências na esfera pública no Brasil, sobretudo quanto às diferentes formas de permanências e rupturas. Particularmente, as discussões devem responder uma questão basilar: quais os limites das adesões católicas na sociedade contemporânea, sobretudo nas articulações com as esferas políticas, econômicas, educacionais, culturais, artísticas e midiáticas? As possíveis respostas poderão ser observadas a partir das temáticas a serem discutidas nesta sessão temática: religião, poder e política; religião e laicidade; festas religiosas, devoções e peregrinações; agentes religiosos, meios de comunicação e indústria cultural; pluralidade, gênero e sexualidade; salvação e magia; práticas terapêuticas e juventude; ecoespiritualidade.

 ST 9      CIÊNCIAS, FÉ E SAÚDE: CONTROVÉRSIA ETERNA OU DIÁLOGO INEVITÁVEL SOBRE CURAS NÃO EXPLICADAS?

Dra. Tânia Cristina de Oliveira Valente (Unirio) – Coordenadora
Dra. Ana Paula Rodrigues Cavalcanti (UFPB)

A discussão sobre a relação entre as ciências e a fé tem se ancorado, no que diz respeito à saúde, em controvérsias relativas às concepções, explicações e métodos de cura espiritual até hoje consideradas como não-científicas, irreais, ilegais ou equivocadas, sendo reforçadas pela divulgação de casos de charlatanismo ou exploração das crenças da população. Esta Sessão Temática pretende debater elementos que ampliem o paradigma da episteme científica vigente, cuja inequívoca certeza acerca das relações entre espiritualidade e saúde tem sido proporcional à sua recusa em admitir outras possibilidades de verdade quanto às curas não explicadas. Objetivamos transcender a controvérsia dualista sobre a possibilidade ou não da existência deste tipo de curas, ou sobre  a eficácia ou não das mesmas, para abrirmo-nos ao diálogo produtivo e inevitável sobre o tema. Receberemos trabalhos de quaisquer campos do conhecimento que contribuam para o avanço das ideias e compreensões sobre estes fenômenos, arejando as possibilidades de pesquisa, métodos e marcos teóricos convergentes, considerando também o controle político-ideológico e a divulgação ética dos seus resultados, valorizando as características e necessidades culturais brasileiras, latino-americanas e de outras culturas não-hegemônicas sob  um olhar predominantemente interdisciplinar; evidenciando as interfaces entre as diversas ciências e a religião. Os resultados deste trabalho poderão ser aplicados em contextos educacionais ou de saúde – tanto públicos quanto privados – servindo como referencial para ações ou políticas que desejem integrar as diversas dimensões da vida social e espiritual da comunidade onde se inserem.

ST 10   PESQUISA BÍBLICA: RELIGIÃO, ESPIRITUALIDADE E SAÚDE

Dr. João Luiz Correia Júnior (UNICAP) – Coordenador
Dr. Luiz Alexandre Solano Rossi (PUC PR)
Dr. Valmor da Silva (PUC Goiás)

A ST reúne propostas de pesquisa em torno à Bíblia, Antigo e Novo Testamentos, a partir da temática geral do Congresso, “Religião, espiritualidade e saúde” e, especificamente, do subtema “Os sentidos do viver e do morrer”. Nessa perspectiva ampla, podem ser apresentadas comunicações sobre livros ou perícopes da Bíblia, temas ou terminologias próprias, personagens ou perspectivas religiosas. A metodologia pode desenvolver pesquisas de tradução, exegese ou hermenêutica. O objetivo é reunir pessoas que se ocupam da pesquisa bíblica, para partilhar os resultados de seus estudos, em torno à temática do Congresso. Dada a relevância e atualidade do tema, a hipótese é de partilha e discussão em alto nível, em vista do aprofundamento e de possíveis publicações individuais ou conjuntas.

  ST 11    SUICÍDIO E RELIGIÃO

Dr. Diego Lopes da Silva (UnB) – Coordenador
Drando. Alexandre de Siqueira Campos Coelho (UNIEURO)
Drando. Hamilton Castro da Silva (PUC Goiás)

O suicídio é um fenômeno social em tela hoje. Segundo dados do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Psiquiatria, no Brasil ocorrem 9 mil casos de suicídio por ano, cerca de 24 por dia. Compreender o sentido que os pretensos suicidas dão às suas experiências vividas e identificar os possíveis indicadores de riscos, de proteção e de prevenção do suicídio é a discussão desta Sessão Temática. A problemática da pesquisa é responder a indagação: em que medida a religião interfere no sentido das experiências vividas pelos pretensos suicidas? Desde os estudos de Durkheim, os pesquisadores vêm investigando a relação social da religião com o suicídio. Os estudiosos oscilam entre cosmovisões extremistas e religiões que exaltam a vida humana. O diálogo interdisciplinar revela a urgência do tema do contexto da modernidade, do pluralismo, da crise de sentidos e identidades. Partindo do pressuposto de que “o suicídio depende de um grande número de causas, psicossociais, culturais, políticas e também biológicas, e deve ser analisado a partir de pontos de vista, muito diferentes” a proposta desta Sessão Temática é investigar as estruturas sociais, os esquemas cognitivos, os significados e os símbolos disponíveis de forma distinta no tempo e no espaço geográfico. Dessa forma, propõe-se discutir o caráter pluralista da Ciência da Religião, no sentido de uma abordagem polimetodológica e intradisciplinar, em busca de saber mais completo e profundo sobre a relação suicídio e religião.

ST 12    ESCRAVIDÃO  NA   BÍBLIA   E   A   BUSCA   DO   VIVER INTEGRAL

Dr. Joel Antônio Ferreira (PUC Goiás) – Coordenador
Dra. Rosemary Francisca Neves Silva (PUC Goiás)
Dr. Samuel de Jesus Duarte (IFMT)

A ST propõe acolher pesquisadores da Literatura Sagrada que estão trabalhando a temática “escravidão” tanto no Antigo como no Novo Testamento. Dois exemplos: a) Em Isaías com o exílio da Babilônia alguns israelitas foram levados para a escravidão (Is 49). “Por meio da análise da categoria escravidão, é possível afirmar que os exilados do exílio da Babilônia eram escravos porque estavam vivendo em outra nação, longe de seu templo, e de suas raízes. A pesquisa mostra a figura do Servo/escravo que é apresentado nos quatro Cantos do Servo de YHWH tendo como referencial teórico para comprovar a hipótese,  a história da pesquisa dos quatro Cantos do Servo de YHWH, o método histórico-crítico e a leitura conflitual (dialética) que possibilita uma melhor compreensão das perícopes propostas (Is 42, 1-4; Is 49,1-6; Is 50,4-9 e Is 52,13- 53,12)” (SILVA, 2014, p. 6). (b) Em Gálatas (Gl3,28b) é frisado que a partir de Jesus Cristo “Não há mais escravos nem livres”. Esse projeto foi efetivado no bilhete a Filemon: o escravo Onésimo foi libertado. “O ex-homem da ‘margem’, Onésimo, acolhido e assumido pela ‘casa’ de Filemon tornou-se, na liberdade, um missionário […] porque em Jesus a pessoa humana se torna livre” (FERREIRA, 2019, p. 61). Essa Sessão Temática receberá as contribuições bíblicas que abordarem o tema sobre a escravidão e a busca da liberdade. A metodologia parte da análise da exegese e hermenêutica dos textos sagrados.

ST 13      NOVOS        MOVIMENTOS        RELIGIOSOS        E  ESPIRITUALIDADES LAICAS

 Dr. Clóvis Ecco (PUC Goiás) – Coordenador
Dr. Silas Guerriero (PUC SP) – Coordenador
Dra. Daniela Cordovil Corrêa dos Santos (UEPA)
Dr. Flávio Augusto Senra (PUC Minas)
Dr. Fábio L. Stern (PUC-SP)
Dr. José Reinaldo F. Martins Filho (PUC Goiás)
Dr. Omar Lucas Fortes de Sales (PUC-Goiás)

Esta ST tem como objetivo acolher trabalhos que busquem compreender as características assumidas pela religião na sociedade contemporânea, a partir de diferentes perspectivas teóricas no âmbito da Ciência da Religião. Almeja lançar luzes sobre as bricolagens e interlocuções feitas pelos novos modos de lidar com a espiritualidade, as denominadas espiritualidades laicas– entre as quais o advento dos sem religião, nova era e dos novos movimentos religiosos – e os processos de privatização da religião. Pretende-se reunir tanto trabalhos que lidam com dados empíricos, como também aqueles que levantam questões teóricas pertinentes, suscitando o diálogo com outras ciências. Serão aceitas comunicações frutos de pesquisa sobre as novas formas de espiritualidade, os “novos movimentos religiosos” e as transformações, arranjos, rearranjos, diálogos e interlocuções feitas no âmbito das espiritualidades não religiosas com vistas à constituição de sentido.

ST 14    MULHERES NEGRAS RELIGIOSIDADES SAÚDE E BEM VIVER

Dra. Rosinalda C. da Silva Simoni (FAN-Padrão) – Coordenadora
Dra. Thais Alves Marinho (PUC Goiás)
Dra. Núbia Regina Moreira (UESB)

A partir do conceito de ‘colonialidade do poder’, buscamos refletir sobre a relação entre o feminismo na cosmovisão Iorubá e as religiosidades nascidas no Brasil. Abrimos um leque de possibilidades de pesquisa sobre o papel das mulheres negras nos espaços religiosos, refletindo sobre a presença e o papel do matriarcado nesse contexto, e, sobretudo, o papel da religião para essas mulheres; através de um resgate de fragmentos da história dos terreiros no Brasil, discutiremos o quanto poderá ser a leitura do candomblé,enquanto um ‘matriarcado’ uma imposição da agenda feminista acadêmica; perpassando pelas irmandades católicas transformando-as em religiões afro-católicas, e pelos movimentos políticos em busca de justiça germinando o feminismo negro. O que muitas vezes não se discute é que, diferentemente das religiões de base cristã, a religiosidade de matriz africana está diretamente relacionada às raízes da população negra e as fronteiras impostas a partir desse lugar. E tratando-se de uma população subalternizada historicamente, o debate sobre a religiosidade de matriz africana é necessariamente um ato político, que propõe descortinar os “regimes de verdades e de representações” que a subalternizam. Ressalta-se que o universo estritamente ritualístico desta religiosidade não é prioridade desta ST. O mesmo apoia-se nos debates sobre religiosidades adentrando os afro catolicismos, bem como a Umbanda, para reforçar, claramente, a necessidade de promover uma reflexão epistemológica em prol de um feminismo negro situado, localizado e enunciado filosoficamente e culturalmente nos espaços religiosos, desde que a religião seja compreendida por essas mulheres como elemento fundante de identidades sociais existentes.

ST 15          EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E SISTEMA DE CRENÇAS

Dr. Gilson Xavierde Azevedo (UEG)
Dr. Robson Pedro Veras (UNB)
Dr. Cristiano Santos Araújo (IFG)

Considera-se, para efeito de debate, a Educação em seus mais variados aspectos, sentidos e performances sociais, produtora de simbolismos e significados (Geertz; Bourdieu; Freire). Ao propor pensar as muitas nuances do termo educare, abre-se um leque de possibilidades em relação às pesquisas que discutem o papel, a presença, a ação, o significado, e a atual relevância que a mesma possui nas condições de fato social e na ação burocrática (Durkheim, Weber). Em primeiro lugar, a Educação, em seu sentido macro, é, ao mesmo tempo, elemento fundante e fundado pelas muitas estruturas sociais existentes, atravessando os campos da antropologia estrutural e da sociologia compreensiva. Em segundo lugar, essa mesma Educação, enquanto estrutura, (Lumann; Strauss) desenvolve-se em sociedade a partir dos campos e de elementos como hábito, afetividade, fatores socioculturais e conceitos adquiridos, dado que tais fatores estão relacionados ao elemento motriz, tanto de Educação e sociedade que é a crença ou, em seu todo, o sistema de crenças. Em terceiro, pretende-se debater as muitas temáticas que esta ST abriga, a partir da concepção de Educação e Sistema de Crenças (Freud; Cotterall) enquanto origem e fonte das muitas construções sociais no atual contexto de mundo.

ST 16   HERMENÊUTICAS E ESPIRITUALIDADE(S): O TEXTO ENTRE A VIDA E A MORTE

Dr. Danilo Dourado Guerra (Fasseb) – Coordenador
Dr. Douglas Oliveira dos Santos (Faculdade Araguaia)
Drando. Emivaldo Silva Nogueira (Universidad Bernardo O’Higgins/Chile)

Muitos textos, em sua sacralidade e/ou secularidade possuem em seus conteúdos substratos epistemológicos que são capazes de produzir espiritualidade(s) e subscrever paradigmas tanto de vida quanto de morte, em suas diferentes abordagens e compreensões. Esta Sessão Temática tem por objetivo, a partir da análise textual literária, propor referenciais hermenêuticos que abordem, sob o prisma da(s) espiritualidade(s), do poder, das relações, das vivências e do fenômeno religioso, o sentido último da experiência humana. Destarte, serão bem-vindas análises textuais que abordem princípios hermenêuticos, processos exegéticos e percepções fenomenológicas que privilegiem o olhar entre a vida e a morte em suas diversas tramas.

ST 17     CRISTIANISMOS     E     MOVIMENTOS     SOCIAIS: ATRAVESSAMENTOS E IMPLICAÇÕES NAS LUTAS SOCIAIS

 Dra. Maria do Carmo Gregório (UFF) – Coordenadora
Dra. Susana Maria Maia (UFF)
Ms. Joilson de Souza Toledo (PUC GOIÁS)

Na sociedade brasileira e em vários outros países da América Latina surgiram a partir de 1960 expressões de seguimento de Jesus que se entendiam em profunda relação com as lutas sociais, tais como Ação Católica Especializada, CEBs, Pastorais Sociais e Pastorais das Juventudes. A participação nestes grupos foi impulsionada e ao mesmo tempo geradora de uma espiritualidade que relaciona bem-estar pessoal com transformação social. Inúmeros cristãos se engajaram nas lutas pela redemocratização, pelos direitos sociais e defesa da vida iniciando trajetórias e militâncias. O sociólogo Michael Löwy ao analisar estas trajetórias e cenários os intitulou de Cristianismo da Libertação (LÖWY, 2000; 2016) entendida para além das igrejas institucionais e num processo de afinidade eletiva com os movimentos sociais (LÖWY, 2014). Este processo impactou não só este momento histórico, mas desembocou na criação de movimentos e partidos políticos de esquerda que até hoje está em lugares de relevância no Brasil. Na atualidade várias pessoas, iniciativas e movimentos sociais implicados com as lutas pela defesa de direitos têm em sua origem e/ou sua vivência do seguimento de Jesus no compromisso com os empobrecidos. Neste contexto este GT se propõe a acolher pesquisas que versam sobre o cristianismo da libertação; implicações e atravessamentos do cristianismo com os movimentos sociais (ligados a saúde ou não) e a luta pela defesa dos direitos humanos e contra a retirada de direitos, bem como outras pesquisas sobre lutas e movimentos sociais.

ST 18 ESPIRITUALIDADE E SAÚDE: PERSPECTIVAS E CONTRIBUIÇÕES DAS CIÊNCIAS EMPÍRICAS DA RELIGIÃO E DA TEOLOGIA PARA A PRÁTICA DO CUIDADO EM SAÚDE

Dra. Mary Rute Gomes Esperandio (PUCPR)
Dr. Marcio Luiz Fernandes (PUCPR)
Dra. Pedrita Reis Vargas Paulino (Faculdade Machado Sobrinho, Juiz de Fora/MG)
Dr. Thiago Avellar Aquino (UFPB) Dr. Waldir Souza (PUCPR)

 A constituição desta Sessão de Trabalho (ST) vem da consciência e da oportunidade de se promover novos saberes e trocas entre o âmbito das Ciências da Religião e pesquisas em espiritualidade/religiosidade (E/R) e saúde. Apesar do grande número de estudos apontarem a relevância da E/R na saúde, a integração dessa dimensão nas práticas do cuidado permanece um desafio aos profissionais. Esta integração não pode basear-se em práticas de senso comum e/ou na espiritualidade pessoal dos profissionais e, por isso, o objetivo desta proposta de ST é fomentar a troca de conhecimento, diálogo e reflexão teórica e empírica entre pesquisadores e pesquisadoras que investigam a interface entre E/R e saúde. Assim, a ST acolherá estudos empíricos e teóricos que avancem na intersecção entre espiritualidade/religiosidade e saúde em diversos contextos e enfoques, tais como: Saúde Mental, espiritualidade em Cuidados Paliativos, modelos de cuidado espiritual, coping espiritual/religioso, resiliência, sentido da vida, qualidade de vida e bem-estar, vitalidade subjetiva, afetos, concepções de morte, processo de cura, e outros temas afins. O escopo primeiro dessa ST é reunir pesquisadores e pesquisadoras de várias perspectivas teóricas, tais como a da Psicologia, Antropologia, Ciências da Saúde, Teologia com vistas a discutir os desafios teóricos e práticos que envolvem o cuidado espiritual na Saúde. Junto a isso, é um espaço potente para mapear temas, metodologias em suas diversas matrizes epistemológicas e favorecer a compreensão do estado da arte, possibilitando desse modo, a proposição de uma agenda para futuros estudos no campo da Espiritualidade e Saúde.

 ST 19          GÊNERO E RELIGIÃO

 Dra. Sandra Duarte de Souza (UMESP) Dr. André S. Musskopf (UFJF)
Dra. Ivoni Richter Reimer (PUC Goiás)
Dra. Carolina Bezerra de Souza (Faculdade EST)

Ementa específica para o X CICR: O ST acolherá propostas de comunicações que discutam aspectos teórico-metodológicos e de conteúdo dos estudos de Gênero, Religião/Espiritualidade e Saúde em diversas Linhas de Pesquisa das Ciências da Religião, Teologia e áreas afins. São bem-vindas propostas que articulem gênero, religião/espiritualidade e saúde na interlocução com questões sociais, políticas públicas, direitos sexuais e reprodutivos, violência de gênero, terapias alternativas, enfrentamento de situações limítrofes e vivências de morte, bem como superação do abandono e experiências de solidariedade.

Ementa Geral do ST: O poder normatizador e regulador da religião tem sido frequentemente discutido no âmbito dos estudos feministas. Ao lado disso, as ortodoxias religiosas se deparam com a heterodoxia da vida cotidiana dos sujeitos religiosos, o que relativiza significativamente o poder regulador das instituições e dos sistemas de sentido religiosos. O objetivo desse grupo de trabalho (Sessões Temáticas) é o de propor discussões de pesquisas que envolvam a articulação entre gênero e religião, buscando analisar as implicações de gênero dos sistemas simbólico-religiosos que informam as/os fiéis e as instituições sociais de maneira geral. Essa análise se dará em perspectiva interdisciplinar, e o ST se propõe a reunir pesquisas em torno do eixo gênero e religião a partir de diversas áreas de conhecimento como a sociologia, a antropologia, a história, a teologia, a psicologia, entre outras.

 Palavras Chave: Gênero, Religião, Espiritualidade, Saúde.

ST 20    INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Dr. Antonio Ribeiro Lopes (FATEO)
Dr. Sandra Célia Coelho Gomes da Silva (UNEB)
Dr. Valdivino Souza Ribeiro (PUC Goiás) – Coordenador
Me. Uene José Gomes (PUC Goiás)

 

A Sessão Temática tem como objetivo propiciar aos estudantes de graduação, assim como de Iniciação Científica, um espaço para apresentar e discutir os resultados de suas pesquisas dentro da temática geral do Congresso. Com o intuito de favorecer a divulgação de suas pesquisas, bem como o aprimoramento da capacidade de investigação em ambiente acadêmico.